Assinala-se hoje, 11 de Abril, o Dia Mundial para a Consciencialização da Doença de Parkinson. A Neurologista Dra. Maria José Silva, explica-nos o que é a Doença de Parkinson e como é feito o diagnóstico.
O que é a Doença de Parkinson?
Trata-se de uma doença neurodegenerativa, decorrente em grande medida da diminuição da capacidade de produção de dopamina a nível cerebral. O diagnóstico é clínico, isto é, baseado na história clínica colhida com o doente e seus conviventes, e no exame neurológico realizado em consulta de Neurologia.
A doença caracteriza-se sobretudo por lentificação dos movimentos – o doente progressivamente demora mais tempo para fazer o que antes conseguia com maior desenvoltura, como tomar banho, vestir-se, cozinhar, escrever (ocorre até tipicamente diminuição do tamanho da letra). Pode também existir lentificação cognitiva e outros sinais e sintomas, como: alterações da fala, da deglutição e posturais, tremor, aumento do tónus muscular, disautonomia, entre outros. Apresenta-se mais frequentemente após os sessenta anos, mas pode surgir em idades mais jovens.
Qual é o tratamento?
A progressão é muito variável, sendo que, em geral, é lenta e gradual, sem rápidas ou dramáticas mudanças num curto intervalo de tempo.
Não há actualmente tratamento curativo nem preventivo, apenas sintomático, isto é, visando a melhoria da qualidade de vida do doente e promovendo a manutenção da autonomia no quotidiano. Nos últimos anos, contudo, assistiu-se a uma significativa melhoria na qualidade de vida e na longevidade dos doentes, consequência da promoção de abordagens multidisciplinares ao doente/doença e ao avanço dos diferentes tratamentos disponíveis.
Actualmente existem fármacos de administração oral, transdérmica, subcutânea, entérica, assim como é possível realizar cirurgia de estimulação cerebral profunda, sendo o tratamento individualizado e ponderado em função do doente e da sua doença.
A actividade física, seja treino de condicionamento metabólico, seja de força, ou um compacto de treino funcional trabalhando também vertentes de agilidade, coordenação e reeducação postural, tem sido reconhecida desde há anos como uma mais valia com provas dadas na melhoria da qualidade de vida e capacidade física destes doentes.
